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Bushido – O código de honra dos Samurais

Bushido é um termo japonês que significa “o caminho do guerreiro”. Era o código de honra dos Samurais que constituíam uma casta nipônica no período de 1192 a 1867. Historiadores e estudiosos da cultura japonesa afirmam que o referido código foi criado pelo espadachim Myamoto Musashi e se caracterizava pelo respeito total ao seu “senhor”, do qual recebiam ordens. Os Samurais tinham um completo desapego pela vida.

A essência filosófica das artes marciais japonesas reveste-se de alta grandeza. Em sua maioria, levam o termo Do que significa “caminho”, numa linha espiritual, procurando levar o guerreiro ao autoconhecimento, moldando-o internamente. Dentro desta visão estão o karatê-do, judô, Aikido, Kendo, Kiudo, etc.

O bushido não tem um valor escrito, e sim, essencialmente, vivido e sentido, dando a quem sente uma plena fundamentação interior, impossível de ser explicado através de palavras. Haja vista que o burilamento do espírito é algo individual, indo além dos nossos conceitos cartesianos e positivistas.

A melhor conceituação que se lhe poderia dar, seria uma série de princípios morais que os guerreiros tinham que observar no seu dia-a-dia, em todos os momentos da vida. Existindo, graças às experiências militares nipônicas, acopladas dos conhecimentos filo-religiosos do Budismo.

A palavra Samurai deriva do verbo saburau, que tem o significado de “servir”. No início, era usado para designar pessoas que estavam um pouco acima dos serviçais domésticos. Posteriormente, foi usado para qualificar os membros das classes de guerreiros nas províncias. A partir da Idade Média, os Samurais passaram a ser membros da classe dirigente.

Os Samurais possuíam um completo equilíbrio com a natureza, tendo em sua formação amplos conhecimentos de literatura, arte, filosofia e medicina, aliados aos estudos de espada, manejo do arco e da flecha, artes marciais (jiu-jitsu e yamara), equitação, uso de lanças, caligrafia e outros predicados que serviam para completar o seu desenvolvimento psicobioenergético.

A equitação era uma das habilidades obrigatórias dos Samurais, visto que estes, nas campanhas do norte na segunda metade do século XI, usavam muito o cavalo e estavam sempre armados com espadas. Nesse período, a espada ainda não era uma arma de muita confiança para os Samurais. Somente no século seguinte que ela passou a ser a sua arma principal. As mais famosas espadas dos Samurais foram produzidas no século X, constituindo-se em bens de heranças dos chefes do clã Minamoto.

Tais espadas eram famosas pelas lâminas afiadas que tinham, pois ao serem usadas para decapitar alguém que estivesse ajoelhado, cortavam-lhe o pescoço, a barba e até os joelhos. Devido a isso, tal arma era apelidada de “corta joelhos” e “corta barba”.

No código dos guerreiros, eram comuns os harakiri (rasgar o ventre) e o seppuku (que consistia no suicídio com honras).

Quebrando a honra, o Samurai para se redimir da falta e recuperar a moral social, suicidava-se, praticando o harakiri, ou ainda, lhe era ser permitido ser queimado vivo para se juntar ao deus da morte.

O harakiri foi uma prática comum no passado nipônico, principalmente na segunda metade do século XI, durante as lutas do clã de Taira e Minamoto. Segundo os estudiosos, o primeiro Samurai a praticar o seppuku, foi o poderoso lutador Tametomo Minamoto, no ano de 1170.

Ao Samurai era obrigatório praticar o harakiri nos seguintes casos:
1)  Evitar a captura em uma batalha.
2)  Expiar um ato indigno.
3)  Admoestar seu Senhor.

A partir do século XVII, depois de terminado o estado de guerra, o seppuku passou a ser uma sentença de morte, normalmente aplicada aos Samurais por falta grave.

O harakiri tinha um ritual que era feito assim: dava-se um golpe com punhal no lado esquerdo do abdômen, rasgando-o na parte horizontal. Ocorrendo, em seguida, um golpe final para cima, e como a morte nem sempre era imediata, uma outra pessoa aplicava um golpe com uma espada no pescoço da vítima, decapitando-a, porém toando o cuidado para que a cabeça não se desprendesse totalmente do corpo, ficando, isto sim, presa por um pedaço de carne e pele. Assim, evitava-se que rolasse no chão.

O estilo e o fortalecimento pessoal do Samurai era feito pela prática do zen-budismo, introduzido no Japão pelos chineses no final do século XII. O zen, que podemos traduzir como “meditação”, valoriza as faculdades intuitivas, o autocontrole e a disciplina, afastando de seus princípios, o racionalismo e o insistindo em que a ação deve vir da emoção.

O zen, devido a estas características, mostrou-se adequado ao Samurai na Idade Média, que vivia na violência e na expectativa da morte, proporcionando-o assim, condições de espontaneidade na conduta e tranquilidade do ser.

O zen, no Japão se assemelha ao método da meditação no yoga indiano, caracterizando-se pela tentativa da parada das ondas mentais, permitindo ao seu praticante o completo controle da mente, cujo método é a contemplação e fim último, a penetração na essência de todos os fenômenos, entrando-se em contato direto com absoluto, unindo-se ao universo cósmico.

Não foi somente aos Samurais que o zen influenciou. Toda a cultura marcial japonesa tem suas raízes nestes princípios essenciais para a transcendência do ser humano.